Mal-acostumados.
Pelo que me contou, era isso que Ya queria gritar, com um dedo apontado na direção deles... mas não podia, não o faria. Lhes respeitava acima de tudo; preocupava-se em agradá-los mais que qualquer coisa; por isso não podia. E engraçado como eles conseguiam rir da cara dela dizendo ser desrespeitados.
Desde pequena, segundo ela mesma, se quisesse algo ia atrás.Se queria estudar pegava um ônibus e metrô pra ir à escola, e nunca foi perguntava se algo ruim acontecia no caminho.Depois, quando mudaram-se, ela ia pra escola sozinha, sempre... e nunca perguntaram se o ensino lá era bom.Um dia ela resolveu sair dali, e foi estudar numa escola técnica; mas não foi porque seus pais falaram ou perguntaram, mas porque ela queria.Mais tarde começou a fazer um curso técnico ficando todo o dia fora de casa. Mas foi porque ela convivia com aquilo, não porque alguém de sua família tivesse lhe sugerido aquilo.
Agora que ela tá naquela pressão de vestibular, que quer tomar um rumo em sua vida, que quer viver como sempre foi e ela não pode... não, não pode! Ela não pode fazer a faculdade que deseja porque seus pais não deixam; mas, perguntem se alguma vez eles tentaram conversar com ela sobre isso? Bom, não que eu saiba.Ela não pode fazer oc cursos que quer um tantinho longe porque seus pais não deixam, vocês acham que eles indicaram algum por perto?Ela não pode ver as palestrar pro mesmo vestibular, porque ela é muito nova, porque ela tem outras coisas a (que não quer) fazer, porque ela tem que pegar ônibus, metrô (com os amigos, como fazia aos 11 anos sozinha) e só vai dar gastos!
Pois é...o que lhe resta?
Respeito.
Quem sabe?
Uma hora tudo acaba... tudo acaba!
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