segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A Ya!

Ela estava ali, sentada do outro lado daquele ponto de ônibus, quando viu dois homens largando um corpo ali no chão. É, um corpo, em plena luz do dia... Largaram e foram embora.

Parecia um peso morto, mas ela sabia que ele tava vivo; um homem não muito jovem nem muito velho, ali desmaiado. E não, ela não teve a coragem de ir até lá, mas, sabe, acho que naõ foi por falta de coragem, mas por medo de um mendigo que tava lá 'tentando' ajudar.
Era um homem velho, desses que fazem dreads, colocam uma mochila nas costas e saem por ai, pra nunca mais voltar, pedindo só o dinheiro do cigarro.

Ela sabia. Ele não ia matá-la nem nada, mas era um homem rude, provavelmente por sua criação e por sua vida, ele precisava ser assim; já ela era educada e diplomática demais pra conseguir aproximar-se.

Quando viu que, sua hora estava chegando (mesmo sem compromisso nenhum marcado), e o ônibus vinha junto, viu também que não conseguia fazer nada, então foi... Pediu ajuda, tentou, tentou. Não se aproximou, mas tentou. E não conseguiu...

190 mandou ligar pro 192
192 mandou ligar pro 193
193 nem atendeu! Isso, [u]algumas[/u] vezes!

Então, ela foi mesmo. Embora. E, a cada km que passava ela ia desligando-se um pouco... Como se a própria estivesse morrendo junto com aquele homem.

Ao final, pra ela, ele morreu.

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