Você e qualquer um aqui já deve ter vivido intensamente. Aproveitado cada segundo de sua vida. Se sentido realmente feliz e livre, por isso. Todo mundo, inclusive eu.
Mas, a pior sensação, é aquela que pode vir - e veio - depois.

Eu sempre me confundo na hora de explicar as coisas, mas no final dica difícil naõ entender... paciência ;)

Sabe tudo o que você viveu, suas alegrias, suas tristezas, todo seu sentimento, toda sua emoção, tudo que lhe aconteceu ou deixou de acontecer... Quem sabe disso tudo? Quem participou? Quem viu que aquilo realmente lhe fez bem?

As vezes, viver, sentir, estar não vai fazer diferença ALGUMA se outra pessoa não souber.

Agora, vamos ao caso específico:

Amanda, 17 anos super bem vividos e aproveitados. Muito independente desde seus criança, antes dos seus 10 anos ajudava na Igreja a cuidar de crianças, com 11 anos de idade ia pra escola e passear sozinha de metrô pela cidade de São Paulo. Aos 13 mudou-se pra Arujá, uma cidade menor, mais calma... tão calma que fez a mesma Amanda sofrer demais, sentindo falta, angústia. Mas ela continuou, nunca foi de pensar tanto nela, sempre se preocupou demais com todos os outros, então, nunca reclamou. Em um ano e meio tornou-se uma das pessoas mais conhecidas nos círculos em que convivia. Desde conversas fora de hora com o Prefeito de sua cidade, amizades com guardas, rolês com os maiores maconheiros, passar na casa daqueles seus amigos que tiram dos outrosa vida... até qualquer um de seus vizinho, no final de sua rua, há 1km de distância de onde ela dormia. Como sempre, ela era mais conhecida do que conhecia. E isso sempre foi muito bom, afinal, todos à sua volta acreditavam e confiavam nela.
Aos 14 decidiu ir estudar em Mogi das Cruzes. A cidade estava ficando pequena demais pra ela respirar, a vida tinha que crescer... sempre tem! Em três anos ela conheceu todos os sabores, cores, sensações, toques, olhares, palavras, problemas, vontades e contra-vontades possíveis. Conseguiu tudo o que quis. Nunca teve um problema grande e, quando teve um resolveu rapidamente, corretamente, de cabeça erguida, deixando muitos com ciúmes e inveja.
Entre suas centenas de amigos ela é popular. Não é a mais bonita, a mais sexy, nem a mais inteligente, mas tem um carisma e uma maneira de pensar e lidar com a vida que encanta a todos. Sim, ela sempre conquistou quem quis.
Agora ela terminou os estudos "medianos"; tem um Ensino Médio numa escola boa, um Curso Técnico respeitável, cursos extra-curriculares... durante toda sua vida ninguém nunca pagou pra ver o que aconteceria, nem mesmo literalmente. Seu maior sonho sempre foi, e será, fazer sua faculdade, ter seu emprego, sua casa, seu carro, SUA VIDA. Ué, mas ela já não tem uma vida? Definitivamente, não.

Sempre foi dedicada, o que queria buscava, sozinha, e conseguia - e depois, continuava vivendo sozinha. Prestou e passou em três faculdades, conseguiu uma bolsa Pró-Uni numa das melhores faculdades, no curso que escolheu.
Conseguiu um dois empregos no final do ano; bom salário, horas boas, por que não?
Por que seus pais não deixaram.

É, aquela mulher sempre tão independente, direta, decidida.... é a princesinha da casa. Ela que sempre foi ensinada e cresceu muito independente de tudo ainda é totalmente presa à sua casa e sua família. Sempre ouviu de seus pais "nós estamos te criando pro mundo, pra voar, não pra gente" mas, então, porque eles acreditaram que ela não teria responsabilidade o bastante pra enfrentar uma faculdade? Porque eles acreditarem que aquela não era a hora dela começar a trabalhar? E porque agora que seus amigos estão comentando, eles fazem pressão e forçam a barra pra que ela faça algo?

Isso é uma coisa que eu nunca vou entender. E por mais que eu tente, e pense "É, adolescência, passa, agente fala isso agora mas depois vê que estava errado", eu nunca vou entender mesmo.


Então, quando viver, aproveitar e ser feliz, buscar e conseguir, ter ou perder, diga, mostre pra todos, especialmente pra sua família... alguns podem te achar esnobes, outros terão inveja, seus amigos ficarão sempre felizes por você e sua família vai poder entender que você é além daquilo que eles veem, e que você pode ser maior.
Ou não.