terça-feira, 10 de novembro de 2009

Gentileza gera gentileza...

Eu acho tão bonito a predisposição que algumas pessoas têm com as outras.

E isso não é somente uma questão de disposição, mas também de educação, de simpatia...

Todo saanto dia eu pego dois ônibus lotados, do trabalho, pra faculdade, pra casa. Quase sempre, por sorte, eu consigo um lugar para sentar-me. Há dias que, logicamente, faço questão de ter um banco confortável e alguém que não me incomode ao lado; em outros, não me faz muita diferença sentar, ficar em pé, livre, apertada, etc.

Hoje foi uma noite legal. Peguei uma van!!! Vim sentada do lado direito, naquelas cadeirinhas individuais onde todo mundo joga a bolsa na sua cara e abre a janela ao máximo pro vento ficar na sua cara, e nem se importam se isso lhe é satisfatório, ou não. Entretanto, hoje a noite foi diferente. Entrei, sentei, estive. Um ponto depois vi subindo naquela van um senhor grande, gordinho, todo estabanado com uma mochila e um fichário em mãos. Ele parou ao meu lado e estava mais desajeitado do que você pode imaginar. Eu me ofereci para segurar seu material e ele brincou “olha, tem bastante coisa hein!” eu ri, e ele respondeu “Deus te abençoe”. Olha, independente de religião ou crença, acho que se algo ou alguém vai te abençoar é bom. Eu sorri. Depois, ele pegou seu celular e ligou para, provavelmente, sua esposa. Conversou uns cinco minutos, desligou, e me disse “Olha só... ela me pede pra gritar que eu a amo mais que o tamanho do universo, quer me fazer passar vergonha”. Repetiu de forma diferenciada isso umas três vezes. Eu sorria. Meus olhos brilhavam, quanta simpatia!

Depois de um tempo, ele abriu a janela ao lado do meu rosto, e colocou sua mão pra fora. Eu não entendi bem o porquê, mas depois de alguns minutos de viagem (bem poucos, aliás) ele me perguntou “Assim ta bom pra você? Não está ventando no seu rosto, ou no seu ouvido? Se você quiser, eu fecho”, pois é, super gentilmente aquele senhor estava protegendo meu ouvido do vento, com sua mão. Um doce! Mas, não foi somente isso. Mais tarde, quando a van encheu mais um pouquinho, um rapaz ao lado deste senhor portava sua mochila às costas e, imperceptivelmente jogou sua mochila em meu rosto. Neste momento consegui desviar e, depois disso, não precisei me preocupar. Aquele senhor fechou a janela ao meu lado – “pois, quando a van pega velocidade, o vento aumenta” -, e trocou seu braço para proteger-me da mochila. Sim, ele ficou segurando-se desconfortavelmente no vidro da janela para que a mochila daquele rapaz não batesse em mim. Pura gentileza, não? Ele não precisava se preocupar ou se importar comigo, mas com pequenos gestos ganhou minha simpatia e, de alguma forma, meu carinho por aquele rosto que dali a alguns dias verei e provavelmente pensarei “eu o conheço de algum lugar, mas não vou olhar muito pra ele não estranhar...”

Agora imagine se todo o mundo fosse assim, com educação e gentileza tamanha? É um mundo desses que desejo pra mim, sem desconfianças, sem motivos para discussões, com pura gentileza, pura simpatia, preocupação desmedida, mais educação. É um mundo desses que eu tento, a cada dia, trazer aqueles que eu amo, mesmo que só por alguns momentos, mesmo que só em pequenas coisas... pra mim, essas coisas tão pequenas são aquelas mais importantes que fazem toda a diferença.

Um comentário:

  1. ser gentil hj está mais difícil, afinal com o ritmo que a nossa vida está tomando, temos que ir pra faculdade, trabalhar, comer, se divertir, ter atenção com a violencia, e todas as questões nos cercam durante o dia, e ainda ter atenção ao que acontece com o outro é muito difícil. Estou fazendo uma reportagem para a TV sobre o destino da "Gentileza" nos dias de hoje, procuro histórias como a sua, pena que a distância impossibilita de entrevistar vc... mas a história de gentileza vivida por vc não será esquecida!!! Gentileza gera Gentileza!!!

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