Passou por tanta coisa. Já chorou, já doeu, já amou tanto. Já riu e brincou como uma criança, e já teve responsabilidades e decisões de um adulto. Já passou por tanta coisa que nem conseguia acreditar. Também não entendia essa dualidade. Não conseguia compreender onde, ou como estava agora. Tinha uma vida diferente. Não era mais criança, há tempos não sorria e se divertia como uma. Também não era pessoa adulta, gente grande, afinal, os grandes de verdade ainda não lhe acreditavam, não faziam deste ato de confiança algo recíproco como o fazia.
Faltava algo... falta. E essa falta causava silêncio, quietude. E tanta (in)quietação lhe dava medo. Porque, aprendeu, quando as coisas ficam tão calmas, quietas, paradas, isso é um demonstrativo de uma explosão que está por vir, e tinha medo dessa explosão, do mesmo jeito que a cada dia, a cada hora, esperava com ânsia para ver tudo acontecer, fosse o que fosse, queria ver.
E, por mais que lhe dissessem que deveria deixar de esperar, que se tinha vontade deveria correr atrás, fazer acontecer, manteve-se inerte, o corpo estático. Não via a hora de tudo se resolver, mas tinha medo de tomar qualquer atitude e colocar a perder aquilo que, se esperasse, poderia acontecer naturalmente. Ou não.
Continua'va nessa direção estranha, perdida, esperando encontrar um caminho, um motivo, um lugar, pra poder repousar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário