segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

It's just the facts of life...

Chega a ser visualmente bonito. Loa ao luar... sequiosa.

Aquela mulher bem apessoada, um corpão, pálida. Cabelos longos, castanhos arruivados com algumas mechas loiras. Nua, esticada-meio-torta em sua enorme cama. Edredons divididos entre o chão e um canto da cama. Seus pés se entrelaçam. Suas mãos passeiam pelo corpo, até o momento em que uma para sobre seu ventre e a outra acostada a cabeça. Há uma breve claridade vindo de algum computador, não muito longe, não muito perto. Ouve-se Blax Box Recorder ao fundo; uma voz doce e baixa, dizendo “Midnight, in your dreams, you aren’t shy , it’s so easy. Over colines, after rainbow, in your dreams.” Seu corpo, seu cheiro, seus movimentos são todos sensualidade.Sua vida sempre foi assim. Sex life é o nome – ela pensa.

Mas de repente ela não está mais satisfeita. Sempre teve tudo o que queria. Vivia só, mas estava sempre acompanhada. Tinha a vida que queria. Os amigos que queria. O trabalho que queria. O sexo, e o gozo, a diversão que queria, sempre que queria. Entretanto, acabava ali, em sua cama, ouvindo BBR, satisfazendo a si mesma, sem coragem ou vontade de nada, pensando em como poderia ter sido melhor... e não encontrando saída.

Apenas precisava de um pouco menos. Menos agitação, menos tudo que eu quero na hora que eu quero. Menos direto ao ponto. Menos decididamente. Menos ou é assim, ou não é. Menos... Precisava de um pouco de medo, de indecisão. Precisava de romance. Precisava de suspense. Precisava se preocupar se vai perder aquilo que ama. Precisava arrepender-se de algo. Precisava voltar atrás, pedir desculpas, dizer que ama. Precisava se rebaixar um pouco. Precisava dar carinho verdadeiro a uma só pessoa. Being number one. Precisava limitar-se. Precisava esperar. Precisava esperar angustiosamente por uma resposta que não lhe diria nada. Precisava sorriso sincero. Precisava coração bater mais rápido. Precisava mãos suarem. Precisava estomago embrulhando, roer as unhas. Precisava brilho nos olhos. Precisava esperança. Precisava acreditar. Precisava querer sem poder. Precisava depois disso saber e poder, e ter. Precisava de suspense. Romance.

Precisava menos tudo que há; mais nada que sei.

“Quando um soneto em meio ao alvoroço te mostrar, que o amor é bem maior que tudo posto...”

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