quinta-feira, 4 de março de 2010

Vamos lá...

Sabe, ano passado eu estava num período de recesso de tudo. Andava meio revoltadinha com a vida (com o trabalho em que estava, na verdade) e aquilo me consumia MESMO. De qualquer forma, ainda conseguia ficar acordada quase toda noite, digitando alguma coisa para ler n’outro dia, ou aqui postar.

Pois bem. Agora está tudo bem diferente. Mudança de trabalho, faculdade mais facooldade do que nunca, me dando super bem no inglês (e com ingleses e estrangeiros, em geral). A vida tá mesmo boa. E eu tava meio sem do que reclamar e, bem, vocês sabem, sou blogueira do tipo que só fala da própria vida. Não tenho criatividade, não tenho capacidade, talvez, para manter sozinha um blog que não seja pessoal. Tive tentativas frustradas de criar textos e contos, mas quem lia sabia – é ela, é a vida dela. Hahahah. E, aaah, vamos lá, vocês sabem também que uma pessoa emotiva precisa de vez em quando descarregar seus pensamentos absurdos e sentimentos estranhos, não é? Entendem meu lado, não entendem?

Voltei. Na vida boa, sem muitas reclamações, mas indignada. Se tenho isto aqui apenas por conforto, por querer dizer sem falar, então façamos jus. Voltei pra reclamar. Não da vida. Não do que estou vivendo mas – pra variar – reclamar DOS HOMENS de forma indireta, sem deixar muito claro o que tá pegando (mas se alguém perguntar, tenho certeza que respondo sem meias-palavras), mas tentando fazer com que me entendam.

É sério.

Segue.

Você ai, ou qualquer um que me conheça pelo menos de uma conversa no bar sabe, sou uma pessoa muito aberta. Tenho espírito de beija-flor. Curiosa, atrevida, livre. Sonho e quero sempre voar mais alto e mais rápido. De vez em quando também me atrevo a parar no ar, mas isso é só pra que os outros vejam como é hard e belo meu vôo, e como tenho toda a destreza em fazer isso. E isso, claro, em todo e qualquer sentido, ou amplitude da minha vida.

Relacionamentos, trabalho, estudos, sou inteiramente assim. E de uns tempos pra cá tenho voado por diversos lugares, de diversas formas. Conhecendo e aprendendo muita coisa e gente nova. Não me fechando por nada, pra nada. Isso tudo, eu sei, dá a impressão de pessoa liberta, desapegada, inconseqüente até; mas é bem diferente do que parece.

Não me importo muito com algumas coisas, com detalhes. Me apego MUITO fácil e rápido, mas sei dos meus limites e entendo se não for assim com você também. Gosto de escolher e fazer o que escolhi da forma que eu preferir. E não que isso seja ruim, afinal, ainda sou orgulhosa o bastante pra fazer tudo que quero sem ofender/prejudicar nada ou ninguém. Eu apenas me divirto da melhor forma possível para todos. Mesmo!

Como ia dizendo, d’uns tempos pra cá tenho mesmo aproveitado e me divertido. Uma mudança no visual me tornou mais popular. Minha simpatia não me deixa ficar longe de ninguém. Gosto de pessoas, de movimento. Gosto de aventuras, topo qualquer parada boa! Mas, insisto em dizer, não sou tão livre assim; ainda me prendo em mim.

Todo beija-flor quer voar, mas o vôo vale muito mais a pena se você tem pra onde e pra quem voltar. Afinal, que graça teria conhecer o mundo sem poder contar a alguém especial? E não falo apenas de amizade.

Nowdays tenho me sentido assim. Beija-flor livre, experiente, sem nada que o impeça de voar mais alto e longe. Conhecendo pessoas, conhecendo lugares. Aventurando-me. Mas no final, depois de um cigarro solitário pego meu ônibus de volta pra casa e chego sozinha; tomo um banho e deito. No outro dia, outras pessoas, lugares, aventuras; volto pra casa e...

Não sinto a necessidade extrema ou uma obrigatoriedade de ter algo mais íntimo, melhor. Sinto falta. Falta de aconchego. De me perder e me encontrar sabendo que tem alguém ali. Sinto falta de depender de alguém que depende de mim. Não pra viver, não pra me aventurar, nem pra deixar de viver, mas apenas alguém em quem possa confiar, em quem possa ir dormir sem dúvidas, sem esperar muito do dia seguinte, sabendo apenas que, poxa, ele vai estar lá. E que, oras, qualquer diferença, será uma enorme surpresa.

Agora, sinto falta de menos aventura. Sabe, quando todo dia é uma coisa diferente, você acabá sempre sabendo o que vai acontecer, acredite. Agora, quero um pouco de sossego, de calmaria, de normalidade. Quero um pouco de todo-dia-igual-ao-outro, pra poder achar o máximo um diazinho que tenha um mínimo de diferença. Quero alguém pra me mostrar o caminho, que me conheça, que saiba quem eu sou – e nunca vou deixar de ser -, e que não se retraia por isso, mas sim que me mostre o outro lado, que compartilhe comigo sua vida, e me deixe compartilhar a minha loucura. Quero alguém que confie em mim, acima de tudo, e que me faça ter certeza que n’outro dia ele estará lá. Quero alguém pra me preocupar.

Sei lá, sabe. Só mais um desabafo. Pode até ser que amanhã quando acordar, eu não sinta mais tanta falta e não queira tanto mais isso. Mas vou sentir e vou querer, pelo menos um pouco. E eu sei que pra encontrar preciso tentar, testar. Mas quanto mais tenho tentado, menos vou encontrando e assim, bem, aquela pessoa que talvez queira o mesmo que eu pode vir a acreditar que eu não quero nada disso. Mas eu quero, é sério, eu quero me acalmar.

Wherever. Deixo acontecer. Hora ou outra, nos contentamos, encontramos o bater de asas perfeito e a cantininha d’água com açúcar melhor. Até lá, bem, não me pergunte, não sei como me sinto ou como devo agir, apenas vivo como cada situação me coloca, sem pensar muito, naturalmente. Mas se você, por um acaso, pensa ou sente o mesmo que eu, AVISAÊ MANO. Vamos facilitar tudo isso juntos?

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UPDATE

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Ô meu amor. Eu amo tudo que você escreve, é você, é lindo, e é isso que importa. Porque escrever é algo de dentro pra fora, tem que buscar lá no fundo e - quase sempre - a gente se escreve.
Mas eu acho que quando a gente tá triste facilita tanto, porque sangra, dói e a salvação é colocar isso num papel. Reclamar, ah como é bom poder reclamar em textos sem ninguém pra atrapalhar, interromper que seja. Quanto está tudo dentro dos moldes do normal parece que fica tudo meio oco, estático e até escrever fica difícil. Por isso eu entendo seu sumiço e, olha, s for pra ser assim, se o motivo da ausência da sua escrita for a felicidade, melhor que seja assim. Porque o que eu quero nessa vida é isso. É você feliz e plena. (eu ri na parte dos estrangeiros *-*)

Agora, eu entendo o que você sente. Eu gosto de ficar confusa, gosto mesmo, costumo dizer que a loucura sempre combinou comigo, mas às vezes nós precisamos de certeza. precisamos sim. e quem não gosta de um aconchego, né? acho que [clichê] tudo são fases [/clichê verdadeiro] e tem fase em que nós buscamos aventura, corremos atrás dela a todo custo. Mas aí chega a fase de "sossegar" e o que a gente faz? procura alguém que te dê espaço na gaveta, no sofá e no coração, e que - por mais que não entenda plenamente - aceite tudo que você é e tudo que se passa aí dentro.
Mas, eu vou te dizer uma coisa (e por experiência própria, e por influência de Caio Fernando) é preciso não estar esperando absolutamente nada, não há nada a ser esperado, nem desesperado. e um luga-comum tão óbvio: você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. o caminho é in, não off.
Te tranquiliza, te prende, busca quem você é lá no fundo, mesmo que doa (sem remédio) e aí sim você vai, talvez, encontrar aquilo que você procura, e sabe quem é que mais pode te confortar? você mesma. juro. essas coisas são um tanto quanto complicadas. eu sei que sempre esperamos aquela mão - e braço para abraçar - estendidos. mas, meu bem, independente do que aconteça, eu estarei aqui, sempre.

2 comentários:

  1. Ai, pequena ;~
    Fiquei emocionada!

    Você é muito, muito essencial pra mim. Por mais que 'essencial' às vezes pareça puco pra isso tudo, não há palavra que seja suficiente pra preencher esse tudo que você é.

    Te amo!

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  2. Olha, não deixe que ninguém (nem eu) interfira nos teus planos, e nem diga o que você deve fazer, falar ou a forma de agir ou não, ok? Só nós mesmos podemos saber o que é melhor pra nós.

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